top of page
Buscar
  • Foto do escritorAssessoria de Comunicação

Classificação de áreas


VENDRAME - 26/09/2019


Ultimamente, temos ouvido bastante o termo classificação de áreas. Se você trabalha em uma indústria química, farmacêutica, refinaria e até mesmo em um hospital, provavelmente você também já ouviu falar sobre isso. Mas afinal, o que é classificação de áreas? Para que serve? Inicialmente vamos enunciar dois conceitos básicos:


Classificação de áreas: área na qual uma atmosfera explosiva está presente ou na qual é provável sua ocorrência a ponto de exigir precauções especiais para construção, instalação e utilização de equipamentos elétricos (definição da NR-20).


Atmosfera explosiva: área onde existe a probabilidade de acontecer uma explosão.


A identificação de área classificada é realizada mediante estudo no qual são caracterizados vários fatores do ambiente que culminarão em laudo conclusivo e um desenho capaz de mostrar em quais áreas haverá probabilidade maior de ocorrer uma explosão.


É importante compreender que esses estudos de classificação de áreas são extremamente individuais, únicos e que várias informações são levadas em conta, tais como processos, procedimentos, ventilação do ambiente, quantidade de inflamáveis/combustíveis, informações do produto (ponto de fulgor, temperatura de auto ignição, grupo de explosividade) e até mesmo a pressão em que o equipamento opera.


Exemplificando, se você trabalha em uma destilaria, provavelmente recebe/colhe a cana de açúcar, que passa por uma série de equipamentos e processos até que se extrai o caldo da cana de açúcar, esse caldo passa por colunas de destilação e depois de sair dessas colunas, eis que surge o álcool (etanol). Sabemos que o álcool é um inflamável (ponto de fulgor de 15°C). Se eu tenho um inflamável, tenho uma área classificada? Mas o álcool estava presente na cana de açúcar desde o momento em que eu a recebi, então todo o meu processo é classificado?


Para a elaboração do estudo de classificação de áreas levamos em conta determinadas informações que realmente fazem a diferença. É bem provável que haverá áreas classificadas em uma destilaria de açúcar e álcool, mas nem todos os lugares nos quais a cana de açúcar passar, será classificado. Afinal, a área classificada não é um local com certeza de explosão e, sim um local em que haja a probabilidade de explosão.


Mas como classificamos uma área? Na classificação de áreas existem divisões que utilizamos para identificar a intensidade/frequência da permanência do produto (inflamável/combustível) em cada área/equipamento. Essas divisões são chamadas de zonas e são definidas durante a elaboração do estudo. Existem três zonas, e suas definições basicamente são essas:


Zona zero: Área na qual existe continuamente, ou por longos períodos, a presença de gases, vapores ou névoas explosivas.


Zona um: Área na qual a presença de gases, vapores ou névoas explosivas acontece em condições normais de operação.


Zona dois: Área na qual a presença de gases, vapores ou névoas explosivas acontece em condições anormais de operação.


Entendendo as definições acima, certamente entenderemos melhor como funciona um estudo de classificação de áreas, mas é preciso também conhecermos um pouco mais sobre o produto em questão: o álcool, cujo ponto de fulgor é 15 °C, a temperatura de auto ignição é 400°C e, o grupo de explosividade é IIB.


Mas de onde saíram as informações acima? O que é temperatura de auto ignição, ponto de fulgor e classe de temperatura?


Geralmente, essas informações estão na FISPQ (Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos), de emissão obrigatória por todos aqueles que produzem e comercializam produtos químicos.


Ponto de fulgor: Menor temperatura na qual o produto começa a liberar vapores capazes de formar uma atmosfera explosiva.


Temperatura de auto ignição: Menor temperatura na qual o produto se ignita sem a presença de chama, fagulha ou faísca, apenas com uma superfície aquecida.


Grupo de explosividade: As diversas substâncias que classificam áreas são agrupadas em função do grau de periculosidade que representam.


Sabendo dessas informações, vamos imaginar como seria a classificação de áreas de uma destilaria?


Numa destilaria temos diversos tipos de equipamentos/operações. Qual é o equipamento que tem álcool constantemente ou por longos períodos?


Qual equipamento libera vapores capazes de formar uma atmosfera explosiva em uma condição que faz parte do processo, que é normal que aconteça?


E qual equipamento funcionando de forma anormal, pode liberar gases e vapores?


Com essas considerações já é possível ter em mente como seria a classificação de áreas desse local. É importante lembrar que o estudo de classificação de áreas deve ser elaborado por uma equipe de profissionais multidisciplinar, que conheça o processo, instalação e equipamentos da empresa.


Atualmente só se fala em redução de custos. Sabemos que elaborar um estudo de classificação de áreas tem um preço. No entanto, este valor é ínfimo, considerando os benefícios que o estudo traz, a exemplo da economia na aquisição dos equipamentos corretos para cada situação, a redução nas perdas com acidentes envolvendo explosões, retirada do adicional de periculosidade por inflamáveis e tantos outros.


Por Antonio Carlos Vendrame e Evelyn Alvino de Siqueira



Cláudio Cassola é especialista em segurança e saúde do trabalho e diretor técnico da MAIS SEGURANÇA - segurança do trabalho

11 3422-2996 | 99663-3573 (WhatsApp)

144 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page